A necessidade de ônibus melhores

Por Antônio Ferro - Antônio Ferro

Foto Acervo Volvo
Cobrar sem levar em consideração os aspectos de uma operação urbana do transporte coletivo é muito fácil e cômodo a quem não se envolve diretamente com o setor. Porém, deixar de enfatizar a situação vivida por uma ampla maioria das cidades brasileiras em que não privilegiam um sistema de transporte público feito por ônibus incorporado à qualidade e ao moderno, é permitir que ainda vivamos no passado arcaico que compromete todo o desenvolvimento urbano.

Tome-se por exemplo o modelo urbano de veículo com motorização frontal, de suspensão metálica e transmissão manual, presente em mais de 80% da frota nacional de ônibus que opera nas cidades brasileiras. O uso desse veículo se dá muitas vezes pela presença de condições inadequadas (vias sem pavimento e manutenção, mal traçadas, compartilhamento com outros modais de transporte, baixo custo operacional, etc) à utilização de modelos mais modernos e de vanguarda.

Além disso, passageiros e motoristas são os mais prejudicados por usufruírem de uma versão que não passa de um caminhão encarroçado, não lhes proporcionando qualquer garantia em conforto.

O Projeto Padron, ideia instituída no final da década de 1970 e início dos anos 80, traria muita modernidade ao veículo com o emprego do câmbio automático, suspensão a ar, motorização traseira e piso baixo, mas o fator custo prevaleceu (e prevalece ainda hoje), tornando impeditivo sua presença em larga escala no ambiente urbano brasileiro.

Fonte: Revista AutoBus