Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Com agências
Ônibus de carroceria Marcopolo |
Os motivos para o cenário desfavorável de 2014 são os mais variados: desaquecimento da economia brasileira como um todo, atrasos nas obras de mobilidade que demandariam novos ônibus, problemas com licitações, em especial de serviços urbanos e interurbanos, e instabilidades cambiais, entre outros.
No entanto, as perspectivas positivas para este ano ainda não são suficientes para trazer segurança a trabalhadores e fabricantes que tentam driblar os reflexos de um mercado ainda desaquecido.
A Marcopolo, maior fabricante de carrocerias do País, em acordo com os trabalhadores, vai reduzir as jornadas pelo menos neste primeiro semestre.
Além das férias coletivas que começam hoje, dia 16 de fevereiro, e vão até o dia 25, os trabalhadores não irão às fábricas da empresa nos dois últimos dias úteis do mês: 26 e 27.
Em março e abril, a jornada de trabalho deve ser flexibilizada e cada semana pode ter um dia a menos de trabalho, dependendo das encomendas.
Os dois últimos dias de fevereiro que não serão trabalhados vão ser descontados dos salários de março, abril e maio.
Já os dias que os empregados não trabalharem de março a maio não serão descontados. Estes dias devem, no entanto, ser compensados em outubro de 2016.
A proposta teve aceitação de 68% dos 6 mil trabalhadores da empresa.
Outras empresas do Sul do País, maior pólo nacional de carrocerias de ônibus, também devem adotar estratégias semelhantes.
A Neobus, localizada em Caxias do Sul, mesma cidade da Marcopolo, trabalha normalmente neste mês, mas o sindicato dos metalúrgicos diz que a empresa pode adotar redução de jornada em março.
A Comil, em Erechim, não havia, segundo o sindicato ainda dado novo indicativo.
As ações fazem parte da estratégia de evitar demissões. Além da atuação de sindicatos e outras representações trabalhistas, com a perspectiva de recuperação na produção e nas vendas de ônibus, demitir agora pode não ser vantajoso para as companhias. Os custos com verbas indenizatórias seriam altos e a recontratação também não sairia vantajosa, além do fato de o setor de carrocerias necessitar de uma mão-de-obra com capacitação específica, com menor oferta no mercado.
Fonte: Blog Ponto de Ônibus
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