Comil e Mercedes-Benz testam ônibus bicombustível: diesel e GNV

Veículo ainda está em fase de homologação e deve ser alternativa na busca por um transporte coletivo mais limpo

Por Adamo Bazan - Jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes


Comil Svelto Dual Fuel, um ônibus bicombustível movido a diesel e gás natural. Com motor Mercedes-Benz, veículo está em testes de campo. Redução nas emissões de poluição varia entre 18% e 30% na comparação com um veículo de características semelhantes, movidos somente a diesel. Foto: Anderson Moares – Matéria: Adamo Bazani

Em breve, as principais cidades brasileiras devem contar com mais uma alternativa de veículo de transporte coletivo que emite menos poluentes na operação.

A Mercedes-Benz e a Comil testam o modelo Svelto Dual Fuel. Trata-se de um veículo bicombustível movido a óleo diesel (e suas misturas, como biodiesel) e a gás natural.

O veículo trafega por diversas regiões, em especial a do ABC Paulista, onde fica a planta da Mercedes-Benz.

Segundo a Comil, produtora da carroceria, não é possível fornecer detalhes sobre o veículo, já que o ônibus ainda está em fase de homologação.

No entanto, o conceito bicombustível de motor Mercedes-Benz para ônibus foi apresentado na Transpúblico, feira de mobilidade urbana e de veículos de transporte coletivo, na edição de 2013.

Na ocasião, a Mercedes-Benz confirmou, naquela ocasião, os avanços nos testes ainda de bancada (dentro de fábrica) do motor OM 926 LA de 6 cilindros e 7,2 litros, que atende à legislação Proconve P-7 (equivalente ao Euro 5).

Hoje, os testes do veículo com carroceria da Comil já ganham as ruas.

De acordo com a Mercedes-Benz, a maior parte das operações do ônibus terá como principal combustível o Gás Natural, podendo chegar a 90% do tempo de funcionamento do veículo.

A vantagem, segundo a montadora, é que não houve grandes alterações em relação ao motor diesel convencional.

Assim, caso a empresa operadora optar ou se houver dificuldades de abastecimento por Gás Natural Veicular, pode usar apenas diesel no ônibus.

O modelo testado tem motorização dianteira.
De acordo com a Mercedes-Benz, se o ônibus contar com 90% de GNV nas operações é possível chegar a uma redução de 18% nas emissões de Gás Carbônico, um dos principais poluentes que causam o efeito estufa, e de até 30% de material particulado.

A injeção do GNV é feita diretamente na entrada do coletor de emissão do motor. Há um sistema dosador e misturador. A quantidade de gás que vai ser usada pelo ônibus depende das condições de operação. Equipamentos de gerenciamento eletrônico determinam esta quantidade. A relação ar/combustível também é controlada eletronicamente.

A carroceria recebeu um reforço especial para abrigar o espaço onde é armazenado o GNV.

Apesar de os testes estarem avançados e o veículo já estar na fase de homologação, não há prazo para o ônibus se lançado comercialmente.

A reportagem agradece ao colaborador Anderson Moraes por ceder a imagem.

Fonte: Blog Ponto do Ônibus