PSI vai contar com mais recursos: compra de ônibus e caminhões será a maior beneficiada

Serão ao todo R$ 30 bilhões a mais. Deste total, R$ 11 bilhões são para a compra destes veículos. Empresas fabricantes de região, como o ABC Paulista, comemoraram.

Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.


CMN autoriza o aumento de recursos disponíveis para o PSI – Programa de Sustentação do Investimento. São R$ 30 bilhões a mais para diversos setores voltados à produção e inovação. Os financiamentos para a compra de ônibus e caminhões vão contar com a maior parte dos recursos: R$ 11 bilhões. Empresas elétricas estatais também receberam maior limite para captação de recursos. Foto ilustrativa: Adamo Bazani.

Fabricantes de máquinas e veículos de bens de capital, como ônibus e caminhões, amargando quedas expressivas nas vendas e produção, economia com perspectiva de baixo crescimento e pior, com inflação seguindo tendência de alta.

Diante do quadro, o Governo Federal anunciou no final da tarde desta quinta-feira, dia 31 de julho de 2014, mais um aporte de recursos para estimular estes setores.

O CMN – Conselho Monetário Nacional autorizou a liberação de mais R$ 30 bilhões para o PSI – Programa de Sustentação do Investimento.

A maior parte dos recursos do PSI é liberada para investidores pelo BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.

Durante o anúncio do acréscimo de recursos, o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, João Rabelo, disse que o governo teme pela inflação, mas uma das prioridades é aquecer a economia e que os valores que já tinham sido liberados estavam chegando à exaustão, ou seja, ao limite estipulado para os empréstimos.

SETOR DE ÔNIBUS E CAMINHÕES SERÁ O MAIOR BENEFICIADO

A maior parte dos R$ 30 bilhões de aporte do PSI vai ser destinada para financiamento da compra de ônibus e caminhões novos por pessoas jurídicas. Serão R$ 11 bilhões para a renovação da frota destes veículos de bens de capital.

A medida serve mais para socorrer à indústria do que atender, no entanto, às necessidades de mais ônibus e caminhões novos à disposição dos outros setores da economia e dos passageiros.

De acordo com a Anfavea- Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de ônibus neste primeiro semestre teve queda de 11,1% em relação ao mesmo período de 2013. Foram 19 mil 199 ônibus entre janeiro e junho deste ano ante 21 mil 596 unidades dos seis primeiros meses de 2013.

A produção de caminhões neste semestre caiu 18,8% em relação aos seis primeiros meses de 2013. Neste ano, de janeiro a junho, foram feitos 75 mil 995 caminhões ante 93 mil 606 em período semelhante de 2013.

O anúncio é bem vindo por executivos de montadoras de veículos pesados. A região do ABC Paulista será uma das principais beneficiadas por concentrar uma parcela significativa das empresas que produzem ônibus e caminhões.

Já a linha para a compra de bens de capital destinada para pequenas e micro-empresas terá um aumento de recursos de R$ 4,6 bilhões.

O Proengenharia, destinado para empréstimos voltados à Produção e Inovação, vai contar com mais R$ 1 bilhão. A aquisição de máquinas agrícolas terá mais R$ 3,4 bilhões disponíveis.

A linha direta de Inovação recebeu mais R$ 4 bilhões e de inovação tecnológica pelo Finep mais R$ 2 bilhões.

ENERGIA ELÉTRICA

Dentro do Programa de Geração e Transmissão de Energia Elétrica, as empresas estatais do setor energético vão poder buscar no mercado financeiro mais recursos para ações que possam garantir suprimento de energia através de matriz com base em fontes renováveis e limpas. Ou seja, as estatais vão poder se endividar mais para evitar eventuais desabastecimentos ou aumento no custo inicial de energia.

Os recursos disponíveis sobem R$ 300 milhões, passando agora para R$ 2,53 bilhões.

O Programa de Geração e Transmissão de Energia Elétrica está inserido no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.

Fonte: Blog Ônibus Brasil