Responsabilidade Tarifária do transporte coletivo é a única maneira de mantê-lo existindo

A rede de transportes coletivo de passageiros em Natal está em crise. Para sair dela e garantir o equilíbrio econômico do sistema, as empresas operados reivindicam um reajuste superior à R$ 2,50. Entenda o porquê.

Porque a crise acontece:
  • O sistema de Transporte Público de Passageiros por Ônibus – STPPO do município de Natal tem como única remuneração a Tarifa paga pelos passageiros. No entanto, alguns fatores ocasionaram o desequilíbrio financeiro do sistema, impossibilitando a manutenção dos serviços por parte das empresas operadores.

Fator de Desequilíbrio:
  • Em Setembro de 2009 foi concedido reajuste da Tarifa para R$2,00. Esse valor permaneceu por todo o ano de 2010, no total de 15 meses;

  • Em Janeiro de 2011 foi concedido o reajuste da tarifa para R$2,20, valor que permanece até hoje, Agosto de 2012, no total de 19 meses.

  • Paralelo a esses fatores, em maio de 2011º dissídio concedeu reajuste salarial de 6,29% aos trabalhadores do setor e, em maio de 2012, o dissídio concedeu reajuste de mais de 6,53%. O salário de um funcionário passou de R$1.197,08 em Janeiro de 2011 para R$1.350,00. Somado a isso, reajuste de 15% sobre o vale alimentação dos motoristas e 17% sobre o vale alimentação dos cobradores.

  • Em Julho de 2012 o preço do óleo diesel, combustível usado pelos ônibus, sofreu reajuste de 6%.

  • Além disso, existe a necessidade de manutenção e renovação da frota. Portanto, as empresas vêm operando, nesses 18 meses, com todos essas reajustes sem qualquer aumento no valor da Tarifa, que é a única remuneração recebida pela a rede de transporte coletivo urbano.

Necessidade:
  • A união desses fatores cria uma necessidade URGENTE de atualização do valor da tarifa.

  • Por isso, objetivamos um reajuste superior de R$2,50 para a manutenção do sistema.

Relevante:
Pesquise feita em cidades do Brasil com população acima de 500.00 habitantes aponta uma tarifa média de R$2,54.

Lei de Mobilidade Urbana não é respeitada:
  • A falta de políticas direcionadas vai na contramão do que estabelece a nova Lei de Mobilidade Urbana.

  • Os subsídios têm sido direcionados a liberdade de impostos e benefícios fiscais somente para carros e motos, e não para as empresas de transporte público.

  • Isso acarreta em mais congestionamentos, proliferação do transporte clandestino e em tempo de viagens mais longos para os usuários.

  • O preço do óleo diesel subiu, nos últimos anos, 100% a mais do preço da gasolina, mostrando uma clara prioridade do Poder Executivo ao transporte individual.

Consequências:

  • As empresas não possuem a mínima condição de suportar até o termino do processo licitatório, para implantação de uma nova Tarifa;
  • Esse problema vem se acumulando há anos, levando algumas empresas como: Cidade do Sol, Transportes Pirangy e Trampolim da Vitória a venderem seus ativos;
  • A venda do controle societário para grandes grupos econômicos externos também vem acontecendo, como os casos da Transportes Guanabara e da Transportes Nossa Senhora da Conceição;
  • A última vítima desse sistema desequilibrada foi a Riograndense, que mais de 60 anos de existência, aumentou o encerramento de suas atividades no último Domingo 12/08;
  • Sem a revisão urgente das políticas do setor e dos calores tarifários, outras empresas acabarão tomando o mesmo caminho.

Por tudo isso, o SETURN faz um apelo ao Poder Executivo para que medidas em prol do sistema de Transportes Público seja adotadas urgentemente. Mais do que equilibrar as finanças das empresas operadoras, nosso objetivo é oferecer o melhor sérvio de transporte coletivo urbano de passageiros a todos os natalenses.