24/08/2012

Responsabilidade Tarifária do transporte coletivo é a única maneira de mantê-lo existindo

A rede de transportes coletivo de passageiros em Natal está em crise. Para sair dela e garantir o equilíbrio econômico do sistema, as empresas operados reivindicam um reajuste superior à R$ 2,50. Entenda o porquê.

Porque a crise acontece:
  • O sistema de Transporte Público de Passageiros por Ônibus – STPPO do município de Natal tem como única remuneração a Tarifa paga pelos passageiros. No entanto, alguns fatores ocasionaram o desequilíbrio financeiro do sistema, impossibilitando a manutenção dos serviços por parte das empresas operadores.

Fator de Desequilíbrio:
  • Em Setembro de 2009 foi concedido reajuste da Tarifa para R$2,00. Esse valor permaneceu por todo o ano de 2010, no total de 15 meses;

  • Em Janeiro de 2011 foi concedido o reajuste da tarifa para R$2,20, valor que permanece até hoje, Agosto de 2012, no total de 19 meses.

  • Paralelo a esses fatores, em maio de 2011º dissídio concedeu reajuste salarial de 6,29% aos trabalhadores do setor e, em maio de 2012, o dissídio concedeu reajuste de mais de 6,53%. O salário de um funcionário passou de R$1.197,08 em Janeiro de 2011 para R$1.350,00. Somado a isso, reajuste de 15% sobre o vale alimentação dos motoristas e 17% sobre o vale alimentação dos cobradores.

  • Em Julho de 2012 o preço do óleo diesel, combustível usado pelos ônibus, sofreu reajuste de 6%.

  • Além disso, existe a necessidade de manutenção e renovação da frota. Portanto, as empresas vêm operando, nesses 18 meses, com todos essas reajustes sem qualquer aumento no valor da Tarifa, que é a única remuneração recebida pela a rede de transporte coletivo urbano.

Necessidade:
  • A união desses fatores cria uma necessidade URGENTE de atualização do valor da tarifa.

  • Por isso, objetivamos um reajuste superior de R$2,50 para a manutenção do sistema.

Relevante:
Pesquise feita em cidades do Brasil com população acima de 500.00 habitantes aponta uma tarifa média de R$2,54.

Lei de Mobilidade Urbana não é respeitada:
  • A falta de políticas direcionadas vai na contramão do que estabelece a nova Lei de Mobilidade Urbana.

  • Os subsídios têm sido direcionados a liberdade de impostos e benefícios fiscais somente para carros e motos, e não para as empresas de transporte público.

  • Isso acarreta em mais congestionamentos, proliferação do transporte clandestino e em tempo de viagens mais longos para os usuários.

  • O preço do óleo diesel subiu, nos últimos anos, 100% a mais do preço da gasolina, mostrando uma clara prioridade do Poder Executivo ao transporte individual.

Consequências:

  • As empresas não possuem a mínima condição de suportar até o termino do processo licitatório, para implantação de uma nova Tarifa;
  • Esse problema vem se acumulando há anos, levando algumas empresas como: Cidade do Sol, Transportes Pirangy e Trampolim da Vitória a venderem seus ativos;
  • A venda do controle societário para grandes grupos econômicos externos também vem acontecendo, como os casos da Transportes Guanabara e da Transportes Nossa Senhora da Conceição;
  • A última vítima desse sistema desequilibrada foi a Riograndense, que mais de 60 anos de existência, aumentou o encerramento de suas atividades no último Domingo 12/08;
  • Sem a revisão urgente das políticas do setor e dos calores tarifários, outras empresas acabarão tomando o mesmo caminho.

Por tudo isso, o SETURN faz um apelo ao Poder Executivo para que medidas em prol do sistema de Transportes Público seja adotadas urgentemente. Mais do que equilibrar as finanças das empresas operadoras, nosso objetivo é oferecer o melhor sérvio de transporte coletivo urbano de passageiros a todos os natalenses.

4 comentários:

  1. Engraçado que sempre quem paga a conta é usuário... pq o governo não oferece subsídios ao transporte coletivo, como o fazem direto para o transporte individual, vulgo carros. Em vez do aumento da passagem, pq eles não fazem redução de impostos para as empresas de ônibus?? Pq eles não diminuem os encargos sobre o Óleo Diesel combustível??? E mais aumentar a tarifa para termos toda a "qualidade" de serviço que estamos tendo na atualidade?? Com ônibus cada vez mas lotados, e dispondo de um sistema de transportes do século 20 antes de cristo???Pq não se faz uma político de incentivo aos meios de transportes alternativos não poluentes, e não motorizados, vulgo bicicletas? Pq não se coloca em prática, e se tira do papel, o plano cicloviário de Natal?? Pois é né... E tem mais, aumentar a tarifa agora só vai remediar o problema, por enquanto, mas daqui a pouquíssimos anos, o sistema entrará em colapso novamente. E quem vai ter que pagar a conta é o usuário de novo??? Infelizmente, se não houver uma política de incentivos ao transporte coletivo, eu sinto muito dizer, mas o futuro do transporte público em Natal é acabar.

    Apenas um Cidadão Natalense.

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    1. Concordo plenamente. Infelizmente a passagem tá muito cara, os R$0,20 no final do mês pesa no bolso, sou contra ao aumento de passagem, mas infelizmente se o governo municipal e estadual não der incentivos as empresas de ônibus, os mesmos irão falir assim como aconteceu com a empresa Viação Riograndense.

      Muitos achavam ruim os seus serviços na qual era de pouca qualidade devido as condições na qual a política de transporte propõe, mas agora a empresa faliu com o sistema defasado e com isso de ruim ficou pior.

      Sou muito a favor à incentivos, realmente muitas empresas estão no vermelhor e com isso estão barateando suas pinturas para ter mais capital e assim manter a empresa.

      A falência da Riograndense foi o sinal de um grande colapso no sistema de transporte de passageiros no estado do RN.

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  2. Pelo o que estou vendo, as empresas estão mesmo no sufoco vendendo seus ativos para empresas de fora e isso é preocupante, pois em João Pessoa tem monopolio de uma empresa na qual comprou todas as outras empresas e isso é muito complicado, todos saem perdendo com isso.

    O governo deve fazer algo pra conter isso enquanto há tempo, porque depois o grande problema vem, não dá mais pra desfazer.

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  3. Nada há ver, se o grupo a cândido não tivesse comprado a falida boa viagem, a situação aqui estaria igual a natal ou pior. E todas as empresas de joão pessoa não são de um dono só a mandacaruense por exemplo não e do grupo a cândido a marcos da silva também não. A marcos da silva está quase falindo e olha que as linhas que ela tem e rendavel a marcos da silva tem as linhas mais usada em joão pessoa para ir a praia a 507 cabo branco e a 507A cabo branco/penha

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