Greve de ônibus termina, mesmo sem reajuste salarial

As linhas de ônibus voltaram a funcionar normalmente a partir da meia-noite de hoje. A classe patronal e o Sindicato dos Rodoviários atenderam ao pedido de desembargador do TRT e entraram em acordo. Apesar de o retorno dos serviços prestados à população ter sido concretizado, questões relativas a reajustes salarias e econômicos ainda não estão definidos. A próxima rodada de negociação acontece no dia 8 de junho e uma nova greve não está descartada.

Alex RégisPopulação sofreu para conseguir chegar e sair do trabalho durante o terceiro dia da grevePopulação sofreu para conseguir chegar e sair do trabalho durante o terceiro dia da greve
A conciliação surgiu no início da tarde de ontem após três dias de paralisação que castigaram  a população e potencializaram os problemas causados pela chuvas. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro), Nastagnan Batista, afirmou que o objetivo foi atingido ao chamar atenção para os problemas da categoria.

Nos mais de dez dias que irão anteceder a próxima rodada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), as partes têm a liberdade para tentar chegar a um acordo quanto às questões salariais e também sobre os vales-alimentação.

Este é um ponto determinante para o impasse. O Sintro reivindica um reajuste unificado de modo que tantos os motoristas quanto os cobradores passem a receber o mesmo valor para se alimentarem: R$ 150. O advogado do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Seturn), Eduardo Rocha, mostrou-se irredutível quanto a uma proposta diferenciada.

“Teremos mais de dez dias para conversar, mas não acredito que o  Seturn irá alterar a proposta que fez. O reajuste dos vales-alimentação ocorrem dessa forma há mais de dez anos”, afirmou. A volta aos serviços ocorreu mediante acordo de que haveria abono das faltas dos funcionários que integraram o movimento grevista, assim como a garantia de que não existiriam demissões. O reajuste salarial está perto de um consenso: O Sintro pede 7,5%; O Seturn ofereceu 6,5%.

O desembargador do TRT José Rêgo Júnior, mediador da negociação, exaltou a maturidade das partes em concordarem com o retorno dos serviços. “A população já estava pagando um preço muito alto. Temos que exaltar a maturidade tanto do Seturn quanto do Sintro por optarem pela volta da circulação normal”, declarou, enquanto ressaltava que as negociações continuam.

O movimento grevista estava prestes a sofrer medidas judiciais para o aumento da frota emergencial. A decisão seria do próprio desembargador José Rêgo. Ele iria propor o aumento da frota em 20%, sobre os 30% emergenciais. Além disso, oficiais de justiça do TRT estariam nas ruas fiscalizando o cumprimento da medida. Multas de até R$ 50 mil seriam aplicadas por dia caso houvesse negligência por parte das empresas ou dos servidores.

A próxima negociação ocorre às 14h30 do dia 8 de junho. Se não houver um acordo sobre as questões salariais, o caso irá a julgamento.

Fonte: Tribuna do Norte