31/08/2015

Acordo com sindicato encerra greve na Mercedes-Benz

1,5 mil demissões são revertidas; montadora é a primeira a divulgar adesão ao PPE

Em assembleia realizada na manhã 1da segunda-feira, 31, os metalúrgicos da Mercedes-Benz aprovaram o acordo negociado entre a empresa e o sindicato que reverte as 1,5 mil demissões anunciadas no último dia 7. Os cerca de 7 mil trabalhadores presentes na votação aprovaram as medidas por unanimidade, o que colocou fim à greve na unidade, que durou sete dias (leia aqui).



A empresa concordou em aderir ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego, que concederá redução de 20% da jornada de trabalho por nove meses, entre 1º de setembro de 2015 a 31 de maio de 2016, mais a redução de 10% dos salários para todos os 10 mil trabalhadores da fábrica, horistas e mensalistas. Os outros 10% complementares serão financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), conforme determina o programa. O PPE garantirá aos trabalhadores 12 meses de estabilidade no emprego. A Mercedes-Benz é a primeira montadora a divulgar sua adesão ao programa.

Os trabalhadores também concordaram com o congelamento da tabela salarial até dezembro de 2016 e a aplicação de apenas 50% da inflação (INPC) sobre os salários na data-base de maio e a outra metade paga em forma de abono, em duas parcelas, no valor total de R$ 3 mil.

“Foi uma negociação dura que chegou a um resultado final positivo após o esforço conjunto dos trabalhadores, do Sindicato e também da empresa. Revertemos as demissões com o PPE, que é o programa certo para dar conta da situação de crise atual”, afirma o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

“Estamos felizes pelas famílias e pelos nossos funcionários, que terão a garantia de emprego até o próximo ano. Isso representa um fôlego tanto para a empresa quanto para os colaboradores diante de uma forte crise econômica no País”, afirma Philipp Schiemer, presidente e CEO da Mercedes-Benz.

“As expectativas de vendas para o mercado de veículos comerciais em 2015 continuam negativas e não existe nenhuma previsão de recuperação no próximo ano. Nesse sentido, o País precisa de medidas para sair da recessão, controlando a alta inflação e as elevadas taxas de juros, retomando o crescimento econômico e despertando a confiança dos investidores para realizar novos negócios. A falta de estabilidade política e econômica gera uma desconfiança dos clientes, que deixam de investir no mercado brasileiro. Essa situação, se não resolvida, continuará ameaçando as empresas e a manutenção de empregos no País”, completa o executivo.

Fonte: Automotive Business

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