23/03/2013

Tempo de deslocamento no Brasil..

...é maior do que em outros países

Quem mora em São Paulo (SP) leva, em média, 43 minutos para ir de casa para o trabalho diariamente. No Rio de Janeiro (RJ), o tempo gasto é semelhante e, no Recife (PE), o mesmo trecho toma quase 35 minutos do trabalhador. Esses tempos superam ao despendido em grandes metrópoles como Nova Iorque, Paris, Madri e Berlim, perdendo apenas para Xangai, na China. É o que aponta um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“A pesquisa demonstra uma crise de mobilidade urbana que atinge a maioria das cidades brasileiras. São deficiências que vão desde a questão da infraestrutura destinada ao transporte público coletivo, como também ao crescimento vertiginoso da frota de automóveis, sem uma resposta em termos de infraestrutura para este crescimento”, critica o diretor administrativo e institucional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Marcos Bicalho.

O levantamento mostra, ainda, o período gasto de acordo com a faixa de renda da população. Na média das áreas metropolitanas analisadas, os considerados pobres demoram quase 20% mais do que os mais ricos para chegar ao trabalho. Do total pesquisado, 19% daqueles que possuem faixa salarial menor fazem viagens com duração acima de uma hora (somente trajeto de ida), enquanto esta proporção entre os mais ricos é de apenas 11%. Em Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, por exemplo, a diferença entre pobres e ricos é consideravelmente pequena, apesar das diferentes condições destes dois grupos em termos de capacidade de escolha do local de moradia e de dependência do transporte público.

Por outro lado, nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba e Distrito Federal, o grupo mais pobre faz viagens casa-trabalho respectivamente 40%, 61% e 75% mais demoradas do que os mais ricos. Os resultados apontam para importância de futuros estudos que investiguem em que medida esta desigualdade nos tempos de viagem é resultado de diferentes níveis de segregação espacial e de acessibilidade dos bairros nas áreas metropolitanas brasileiras.

Fonte: CNT/Noticias
Vía FETRONOR

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