23/03/2013

Expresso Guanabara, superando adversidades

Em mais uma compilação do livro comemorativo dos 20 anos de história da Guanabara, vamos tratar, nessa postagem, sobre as superações das grandes dificuldades enfrentadas pela empresa, em verdadeiras aventuras, nas estradas precárias do Brasil. Vinte anos atrás a realidade das estradas brasileiras era crítica. Se pudéssemos fazer um paralelo das condições das rodovias com um paciente doente, poderíamos dizer que ele se encontraria na UTI. Em geral as estradas – sobretudo estaduais e municipais – apresentavam um estado de conservação incompatível com as condições desejáveis para um transporte eficiente, principalmente, no que se refere ao estado de conservação das estradas.



De acordo com o mais completo diagnóstico sobre a situação da malha rodoviária brasileira, realizado desde 1995 pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), os principais aspectos das estradas nos anos 90 eram a degradação de boa parte do pavimento, a grande deficiência na engenharia viária e a precariedade da sinalização das vias. Na quilometragem total dos trechos avaliados pela Pesquisa CNT de Rodovias, verifica-se, via de regra, a inadequação da malha viária brasileira às exigências do crescimento econômico.

Nas regiões Norte e Nordeste, em especial, a situação era particularmente mais grave. Trafegar pelas estradas dessas regiões era uma autêntica prova de barro e ficavam intransitáveis de tão alagadas quando chovia. Em outros pontos, havia situações inacreditáveis em que a passagem de um lugar para outro sobre pontes de madeira, como o mínimo de segurança possível.e enduro. Muitas estradas de localidades do interior sequer possuíam algum tipo de pavimentação.

O diretor da Guanabara, Carlos Magalhães, lembra que os ônibus que percorriam o sul do Piauí, por exemplo, andavam com um “kit reboque” com cordas e correntes para os casos de atolamento. “Era comum carro atolar no período chuvoso. Era preciso até chamar uns tratores para desatolar tanto carro quanto caminhão”, lembra. Segundo ele, em alguns locais, as vias eram de mão única e “quando vinha um carro no sentido oposto, o ônibus precisava puxar para o lado da vegetação para dar passagem ao veículo”. “A gente contratava até pessoas da região para cortar as árvores para facilitar essa espécie de acostamento”, recorda.

Do Maranhão, a lembrança do diretor é das pontes de madeira na localidade de Coelho Neto e Pirapemas. “Não sei como os veículos passavam por cima daquilo. Eram sete pontos da BR até chegar em Pirapemas. O ônibus passava e a ponte tremia toda. Quando tinha chuva, não passava nada, O ônibus parava na BR e os passageiros seguiam a pé. Uma ventura”, relata Magalhães.



Ele conta que no Maranhão, na época das cheias, até as rodovias federais eram interditadas, pois a chuva abria verdadeiras crateras na pista. Em 2009, ano de uma intensa estação chuvosa que assolou as regiões Norte e Nordeste, a Guanabara passou seis dias sem entrar no Pará, por conta de uma rachadura na estrada que impedia a travessia. Somente após uma intervenção do Exército, que providenciou uma ponte metálica, as operações fora m normalizadas. “Só acreditava quem via de perto. A força da água era tamanha que saia arrastando o que tinha na frente. A água levava pontes, árvores, tudo”, finaliza.



Fonte: Revista “Guanabara. Vários caminhos, uma só história”
Vía Blog da Expresso Guanabara

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