19/03/2012

Novo diesel menos poluente ainda tem vendas baixas no RN

Nos postos de combustíveis,  desde o dia 1º de janeiro, o Diesel S50, menos poluente que os demais tipos, avança em marcha lenta no mercado potiguar. A razão é simples: o preço mais caro para o motorista, cerca de R$ 0,05 no litro e ainda a baixa procura.  Ecologicamente mais correto, o óleo, composto por um teor máximo de enxofre de 50 miligramas por quilo, é destinado aos veículos movidos à diesel fabricados a partir de 2012. Dos cerca de 550 postos de combustíveis espalhados no Estado,  25 postos situados ao longo das rodovias federais, entre Mossoró e Parnamirim, são obrigados a fornecer o novo tipo de óleo. E outros dez pontos de revenda começam a se instalar. Para  expandir o uso e mercado, os benefícios do Diesel S50 foram discutidos durante a manhã de ontem, em Natal.

O debate, realizado no Hotel Majestic, reuniu  representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, revendedores de combustível, fabricantes de motores e consumidores. 

Entre os benefícios estão o melhor desempenho do motor,  a redução em cerca de 80% da emissão de poluentes em relação aos óleo diesel S500  e S1800. Este último será extinto, até 2014. Prazo em que todos os postos devem se habilitar para revender o novo produto. "Além de melhor desempenho, manutenção do veículos, com melhoria na ignição,  os carros circulam de acordo com as normas ambientais", observa especialista em regulação da ANP Ubirajara de Souza da Silva. Os veículos mais antigos, com motores fabricados antes de 2011, podem ser alimentados tanto com o diesel S50, quanto com os demais. 

Em todo território nacional, determinados postos de combustíveis foram obrigados a se adequar para revender o combustível. A medida faz parte do Programa de  Controle de Poluição do Ar por Veículo Automotores (Proncove). O custo por litro sai cerca de R$0,05 mais caro, mas os valores são definidos  por estratégia de cada empresa  em cumprimento à lei de mercado. 

Embora o Rio Grande do Norte seja autosuficiente na produção do Diesel S1800, mais poluente, a produção do S50, explica o especialista em regulação da ANP Ubirajara de Souza da Silva, ainda é baixa e corresponde a menos de 5% do volume total usado para abastecer a frota do Estado, cujo volume não soube precisar. 

Um dos entraves seria a regulação pelo mercado. Embora exigida por leis de  controle de poluentes, não há rigor de lei que obrigue aos revendedores (a não ser para determinados postos que correspondem a critérios de tancagem, geográficos e logística no abastecimento da frota de caminhões) se adequar e fornecer o combustível. "Ainda é regido pela lei de mercado", ratifica.

Contudo, Ubirajara Souza avaliou como positiva a receptividade dos participantes do fórum. "Diferente de outros estados em que estamos levando a discussão, no Rio Grande do norte não há resistência. Houve grande e qualificada participação na discussão", disse. A Agência nacional do Petróleo é responsável pela fiscalização dos postos. 

As análises de qualidade são realizadas na UFRN, por meio do laboratório de combustíveis, que conta com equipamentos de ponta, como o TS3000, para a separação e análise de componentes e volume de enxofre. "Há doze anos fazemos o trabalho de monitoramento de toda rede de combustível do Estado e também de S50 nesses 25 postos", observa o professor do Instituto de Química da UFRN Antonio Araújo, que coordena a equipe de analises.

Para o consultor do Sindipostos/RN Carlos Alberto Trindade a baixa procura pelo produto - veículos movidos a diesel modelo 2012 - ainda não há, no momento inicial,  vantagens comerciais.  "Acaba que essa majoração de cerca de R$ 0,05 no litro não atrai o consumidor", afirma. E acrescenta: "ainda há muita desinformação sobre os benefícios para saúde, para a vida do carro e para o meio ambiente". Apesar de pequeno e tímido, avalia o consultor, as vendas são crescentes no Estado.

O que é o S50 e qual o benefício para o meio ambiente?

O S50 significa diesel que emite 50 partículas por milhão (ppm) de enxofre. O uso do combustível nos novos motores resultará na redução de, no mínimo, 80% da emissão de material particulado; e, com o uso do Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo, produto é colocado em um tanque próprio, nos catalisadores), permitirá reduzir em até 98% a emissão de NOx (óxidos nitrosos), um dos gases de efeito estufa. Os efeitos no meio ambiente não serão sentidos de imediato, porque o S50 só reduz drasticamente as emissões de enxofre se usado nos veículos com motor euro 5, que passarão a ser fabricados pelas montadoras no país a partir também de 1º de janeiro de 2012.

Fonte: BR Petrobras


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